Congresso Internacional sobre Autismo

Comparecendo ao Congresso Internacional sobre Autismo em Curitiba, no mês de agosto do corrente ano, fiquei satisfeita com a presença de um grupo grande de psicanalistas de diversas instituições do Brasil, entre elas o Centro de Estudos Freudianos do Recife.

Estiveram presentes médicos, assistentes sociais, psicólogos, Universidades, Hospitais, ONGS, bem como estudantes de psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia, educação. Tal cenário caracterizou um quadro eminentemente interdisciplinar.

O Congresso foi extremamente organizado, permitindo que o Evento, mesmo contando com um número imenso de participantes (800 inscritos) pudesse transcorrer com excelente qualidade nas apresentações dos trabalhos.  A Comissão Organizadora composta por Leda  Marisa Bernardino (Presidente) e Rosa Marini Mariotto (Presidente da Associação Psicanalítica de Curitiba) realizou um trabalho que merece reconhecimento.

O aspecto marcante foram as palestras e debates em torno das neurociências, neuro psiquiatria,  pesquisas  realizadas por Marie Crhistine Laznik e David Chen, Kenneth Aitken , abordando a questão de fatores genéticos e ambientais nos Distúrbios do Espectro Autista. Filippo Muratori, fazendo referencia a Jerusalinsk que falou sobre a etiologia do autismo destacando as marcas primordiais (pré-especulares). Registre-se a discussão sobre a ausência do corpo caloso que faz a ligação e comunicação entre dois hemisférios cerebrais, no autismo, como mais um fator relevante nas pesquisas apresentadas.

De modo geral, o evento contou com uma diversidade de saberes, pesquisas na clinica, na escola e formas de intervenção como música, o brincar, teatro e diferentes modalidade de trabalhos com o autista e seus pais e/ou cuidadores.

Confirmando a diversidade, o Núcleo de Estudos e Pesquisas de Psicanálise da Intersecção Psicanalítica do Brasil apresentou a exibição do filme Língua mãe, ocasião em que reflexões foram realizadas por psicanalistas.

Em síntese, diante dos debates, a etiologia e a clínica do autismo ainda se apresenta como um enigma a ser decifrado e aberto à multidisciplinaridade.

Mariel Rocha Lyra
Membro participante do CEF