Inventar-se Analista

Eis um entrelaçamento auspicioso de elaborações consistentes e criativas urdidas por Amélia Medeiros Oliveira e Silva na constituição do tecido que se trança na confluência da Literatura e da Psicanálise.

A hábil circulação dos conceitos nesta fímbria revela o continuum desta teia aparentemente apenas contígua. Sobressaindo, contudo, no encadeamento dos textos a continuidade homogênea dos laços que desconhecem a distância perpassada pelo tempo, para guardar somente a dimensão topológica do inconsciente que faz com que A seguido de B seja AB, sem nenhuma descontinuidade.

Assim se enlaçam estes escritos que, enodando Psicanálise e Literatura, consagram a arte do bem-dizer.
Encontramos ai a inventio – “inventar-se analista” ¬de um trajeto no qual fluem, num estilo leve e preciso, as etapas perseguidas na direção de um saber a constituir, no assíduo empenho de ensino e transmissão da Psicanálise, sustentado pelo desejo de uma conjunção entre saber e verdade.

Recife, 20 de maio de 2003.

Ivan Corrêa